quarta-feira, 4 de abril de 2012

O leigo e a Justiça.

O que aconteceu comigo é apenas um caso isolado e não teria grande importância se não resumisse a maneira como se procede com muitos além de mim. É por esses que falo aqui, e não por mim”. (Livro O processo)

JUSTIÇA é entregar uma causa com toda boa fé a um advogado e posteriormente perceber que quase todos os envolvidos quase não têm tempo de ler o processo, muito menos de analisá-lo. Tudo causado pelo número insuportável de páginas que só de olhar estressa. Isso interessa a quem deseja procrastinar. E por escapar uma data ou uma frase a derrota é certa ou no mínimo muitos prejuízos e procrastinação. Somente “passar os olhos” pode custar muitas vidas e muito sofrimento. 
Justiça é descobrir que não existe sequer a segurança de que os documentos necessários para a defesa constarão no processo. É compreender a crueldade da omissão, da indiferença e da responsabidade anônima. É sentir que o grito da minha alma sufocada pelo silêncio subjugado ao monopólio da última palavra “improcedente” não foi ouvido. Se perdeu no julgamento ensaiado, planejado da omissão e proteção daquele que com o total apoio “dos colegas” continuará com força total para arruinar muitas vidas devido ao seu caráter piscopata.
Justiça é um labirinto de contradições onde se resolve uma questão e abrem-se várias. É um cerco que não tem fim e os desgastes também não.Entre tantas batalhas a mais covarde é o patrocínio infiel do advogado, pior ainda é a impunidade. Essa nos anula como cidadãos porque todos os “erros” cometidos nos processos nos punem severamente  pelos termos: “extinto o processo por perda de prazo... pedido improcedente... documentos não constam nos autos”etc. O “erro” é do advogado mas o cidadão leigo é quem recebe a punição, o seu procurador não. Justiça, “é uma série enumerável de problemas individuais onde o mal é maior do que o justo” Um problema social gravíssimo porque não há defesa depois de concluí
da a injustiça. Só restando o silêncio sufocado do cidadão leigo. Justiça tornou-se um problema mais grave porque somos amordaçados pelo sigilo obrigatório das denúncias, amordaçando o cidadão na própria ignorância dos seus direitos. Como garantir o patrocínio fiel do advogado? De que forma podemos obter pelo menos essa segurança e transparência? O que dizer então da cruel prescrição e tantas outras brechas que somente colaboram com os fraudadores? O que precisa mudar?.
 Não podemos deixar de lado os advogados honestos, guerreiros, que lutam pelos seus clientes com ética, vocês merecem toda valorização. Quanto aos outros... ( Ana Nadabe).

2 comentários:

  1. Abre-se brechas porque falta senso de ética e moral! "Justiça" nesse país é para os ricos...

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  2. Trabalham em determinadas instituições pessoas de todo tipo de caráter como em qualquer outro lugar. A grande diferença é que eles tem o total controle da situação em mãos e não podem ser questionados por nós leigos. Se forem, com certeza a resposta será: pedido julgado improcedente (e é arquivado). Colegas X colegas não poderia ser de outra forma.

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