quinta-feira, 14 de junho de 2012

MOROSIDADE PLANEJADA


Em uma ação na Justiça foi exigida pela parte contrária as cópias de alguns documentos para juntar a um processo (que absolutamente nada tem a ver um com o outro). O que aconteceu até que essas cópias chegassem ao Fórum de origem é difícil de acreditar: os números que constavam na petição, relativos aos documentos exigidos pela parte contrária, estavam trocados e misturados com outros que não existiam. Depois de esperar um ano para tentar resolver o problema que deveria ser tão simples e rápido, descobri que tal ofício não chegou ao local onde deveria ser feito as cópias. Ao verificar o porquê comprovei que os números do protocolo também estavam apagados. Logo, jamais os documentos poderiam ser juntados ao processo porque não seria possível permitir tais cópias sem a solicitação indicando os números certos e também o protocolo (o “erro” foi feito de propósito). Meu novo advogado solicitou ao juiz a correção dos números e que fossem encaminhados novamente à instituição, para que finalmente enviassem as “benditas” cópias que nada tinham a ver com o processo como já afirmei. Isso depois de várias vezes acontecer os mesmos “erros”. Esclarecendo que cada vez que tinha que consertar o mesmo documento demorava meses até ser enviado novamente.
Depois de um ano e meio finalmente os xérox chegaram, mas quando fomos ver no processo constatamos que não enviaram conforme o pedido e sim apenas a decisão final. Toda a documentação solicitada (com insistência) continuou sem solução pois somente a decisão final não seria importante e sim as provas que continham no processo como foi exigido. E o mais contraditório, as mesmas provas seriam contra quem pediu pois é de uma reclamação disciplinar contra ele (parte contrária).
Existem duas explicações para tamanha contradição: o desejo da procrastinação e a certeza da impunidade. Novamente meu advogado teria que fazer uma nova petição para solucionar o problema (e demorar mais alguns meses para as simples cópias chegarem). Pelo “andar da carruagem” qualquer um percebe que existe algo muito errado e até ser corrigido... Não vou desistir sei que consiguirei o que pretendo pois a lei está do meu lado assim como meu direito. Esse é apenas um pequeno exemplo entre milhares do porquê nossa Justiça não anda e de quanta enrolação sem nenhum sentido podemos ser vítimas.
Percebi o grande esforço e desgaste do meu advogado para solucionar o dilema e conclui: como deve ser difícil para ele, que é especialista na área, brigar com o outro desonesto.
Ser impotente para resolver o óbvio da morosidade tão bem planejada, por um homem que acredita que seu dinheiro supera qualquer obstáculo. Deveria ser ilegal e a má fé severamente cobrada e punida já que é clara (consta no processo todas as provas da má  fé, mas e dai)?
Enquanto isso... mais a burocracia e a formalidade somada ao tempo para a decisão final... Tem jeito de mudar? Acredito que sim com a boa vontade dos legisladores e daqueles que representam a lei. Também é preciso paciência e verificar os detalhes, (todas as provas constam nos autos). “E a maioria das pessoas nem sabe a cor da capa do seu processo”.

Para defender nossos direitos é preciso ter olhos de águia, sabedoria de Salomão, a coragem de Davi e a paciência de Jó. Haja saúde!!! Até quando? (Ana Nadabe)

2 comentários:

  1. Reamente a morosidade da Justiça está para enlouquecer qualquer um.Somada com a ignorãncia do povo que nem conhece seus próprios direitos...É difìcil imaginar o que deve acontecer se sequer sabemos do que reclamar.Os desonestos sabem aproveitar disso:APATIA.

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  2. Nem sei o que dizer. Estou cansada de blá...blá...blá...Também com tanto corporativismo e impunidade o que poderá funcionar? NADA! Tudo é somente um faz de conta.

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